Trem do Pantanal

segunda-feira, 12 de março de 2012

PACU

O pacu é um peixe da família dos caracídeos, comum em quase todo o território Brasileiro, típico da bacia do prata, amazonas e pantanal.
Existem varias espécies, chegando ser catalogados mais de 20 tipos de diferentes pacus  só no Brasil e é enquadrado na categoria de peixes de escamas, possui escamas pequenas e abundantes por todo o corpo.
No pantanal os mais encontrados são o pacu caranha (piaractus  mesopotamicus ) o pacu-peva (mylossoma paraguayensis) e o pacu-peva coxa de negro (myloplus Levis), dentre estes o mais procurado e apreciado por pescadores é o pacu caranha conhecido também como pacu comum, por ter um porte maior e ter a carne muito saborosa, é considerado um peixe nobre do pantanal e muitos o tem como altamente esportivo.
Nos rios pantaneiros pode chegar facilmente aos 10 kg, mas normamente são encontrados na faixa dos 2 a 5 kg.  A medida mínima estipulada para captura no estado de Mato grosso é de 45 cm, nessa faixa de tamanho seu peso varia entre 2 a 4 kg dependendo da alimentação.
É considerado o porco do rio, por comer de tudo, classificado como onívoro e herbívoro por se alimentar principalmente de frutos , folhas e dejetos, que caem no rio.
 No meu conceito pessoal aqui no pantanal o pacu pode ser enquadrado como predador também, pelo fato de comer pequenos peixes , caranguejos e outros pequenos crustáceos.
Os principais alimentos do pacu no rio Paraguai são os coquinhos de tucum,laranjinha,marmelada, goiabinha,roncador, cajasinho dentre outros em época de cheia, já na seca seu principal alimento é o caranguejo, pequenos peixes e crustáceos.
O pacu é conhecido por sua dentição,incrivelmente semelhantes os incisivos e molares de um ser humano , tem um maxilar extremamente poderoso, que quebra castanhas muito resistentes.

É um peixe oportunista , tem o metabolismo acelerado com uma boa media de reprodução, geralmente adquire muita gordura por se alimentar de quase tudo, em época de cheias adentra em matas alagadas a procura de frutos e dejetos para comer, tem a capacidade de procurar por alimentos em águas muito rasas .
Com o corpo achatado e arredondado em forma de bacia é robusto e tem um biótipo que lhe proporciona grande velocidade e capacidade de ataque e fuga.
As formas mais eficientes de pescar este peixe são;
* As batidas com vara de bambu, usando o coco de tucum como isca, rodando nas margens boleando a linha e batendo a isca na água para simular a fruta caindo.A linha usada é de 0,60 mm de nylon monofilamento com anzol norueguês 6/0 com empate de aço 3 a 4 cm e chumbo de 10gm.

*A pesca de rodada, que consiste em soltar o barco a deriva em determinado ponto e arrastar as linhas de vara com carretilhas ou molinetes de pequeno a médio porte com isca de laranjinha ou queijo podendo usar também linguiças ou qualquer isca que tenha bom teor de gordura.A linha deve ser de 0,30 á 0,35 mm nylon monofilamento com anzol marine 4/0 com distorcedor e empate de aço n° 22 de 10 cm e chumbo de 10gm.
*Apoitado, que consiste em ancorar o barco em determinado ponto, e lançar a linha com carretilha ou molinete de médio porte e chumbo mais pesado usando o caranguejo como isca. A linha deve ser de 0,40 a 0,45 mm nylon monofilamento com anzol marine 4/0 com distorcedor e empate de aço n° 20 de 10 cm e chumbo de 30 á 80 gm.
*Atracado, que consiste em adentrar em baías e igarapés posicionar o barco em moitas de aguapés ou  qualquer vegetação que possa manter o barco parado na margem e lançar para o meio a linha com carretilha ou molinete de pequeno a médio porte e chumbo meio pesado com isca de caranguejo ou minhocas. A linha deve ser de 0,30 á 0,35 mm nylon monofilamento com anzol marine 4/0 com distorcedor e empate de aço n° 20 de 10 cm e chumbo de 30 á 60 gm.
*E a pesca de ceva, que consiste em fazer uma ceva colocando em determinado ponto do rio milho, mandioca e soja, para cevar os pacus, nesta modalidade se usa linhas bem finas e  chumbos e anzóis pequenos, as iscas geralmente são as mesmas usadas para fazer a ceva, lançar a linha com molinete de pequeno porte em direção onde os peixes estão se alimentando. A linha deve ser de0, 25 á 0,30 mm nylon monofilamento com anzol chinú 5 e 6  com distorcedor e empate de aço n° 22 de 3 cm e chumbo de 5 a 10 gm variando com a força da água.
Uma boa dica é sempre contratar um experiente guia de pesca da região, para conduzi-lo até os melhores pontos de pesca de pacu.
A pesca do pacu é muito prazerosa, é um peixe forte que oferece boa resistência a briga, consegue grandes retiradas de linha dependendo do tamanho e peso, ao manusea-lo deve-se ter cuidado ao retirar o anzol da boca, pois uma mordida acidental pode causar um grande ferimento, já vi caso de pescador que perdeu metade do dedo indicador por uma mordida de pacu, em geral o ideal é usar um  alicate de bico fino, fora isso não oferece nenhum outro tipo de risco, não possui esporões e nem qualquer tipo de toxina.
Na hora do embarque do pacu se for solta-lo o ideal é pegar com alicate pega-peixe e evitar contato com as mãos e manusear o mais rápido possível para soltura, se for levar, ai pode se usar um puçá “espécie de coador com cabo longo” para retira-lo da água.
Todo bom pescador tem consciência  dos limites dos peixes e respeita as medidas e quantidades  máximas para captura e abate, o ideal é que nunca  mate mais que apenas só o exemplar que for comer, fazendo isso teremos peixes em abundância por muito tempo.
Luiz Emerson de Sousa.

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