IVAM,EU,MARCELO E MAICON.
A mais ou menos um ano atrás , um amigo que conheci na
internet em uma comunidade de um site de relacionamento, me procurou com a
intenção de vir a Cáceres, conhecer o rio Paraguai e fazer uma pescaria, como
em 2011 eu ainda estava com muitos compromissos de trabalho, e de certa forma a
agenda bem apertada, me dividindo entre a minha recém aberta pequena empresa e
as pescarias já agendadas eu não consegui marcar uma data para ele vir neste
mesmo ano.
Marquei então para ele vir no mês de março de 2012, que
seria uma boa época para pescar aqui no pantanal, lógico que dependendo das
chuvas , que iriam determinar o nível das águas , exercendo grande influencia na pescaria.
E foi assim que mantivemos contatos nos meses seguintes até
chegar o dia de ele vir.
Então o Maicom me
avisou que viria ele e mais seu irmão Marcelo
e o amigo Ivan, sendo assim marcamos
a pescaria para o dia 9 de março,e depois de tudo combinado, foi só aguardar a
data e esperar a turma chegar, preveni o Maicon que minha casa era pequena e
simples, mas que estava aberta para receber os amigos.
O Maicon e os parceiros pegaram um voo de Porto Alegre-RS
até Cúiaba-MT de onde locaram um carro e se deslocaram até Cáceres e com a
ajuda de um GPS não tiveram problemas em encontrar minha casa.
Sempre que marco pescarias com pessoas que não conheço
pessoalmente, fico meio apreensivo esperando o que virá, mas como a grande
maioria dos pescadores sempre são pessoas humildes que gostam da simplicidade,e
com esta turma não foi diferente, já na primeira impressão senti um grande
alivio em perceber que se tratava de gente extremamente humildes com uma
vontade enorme de conhecer o pantanal e pegar uns peixes.
Depois das devidas apresentações, ganhei dois belos
presentes desta turma, uma faca de aço cirúrgico feita artesanalmente e um
lindo boné da marca cabelas.
Então os covidei para dar um passeio na praça da cidade, e
apreciarmos uns petiscos no cais da praça barão , e foi ali que começou os
bate-papos de pescarias,e como todo encontro de pescadores o que não faltou foi
causo de pescador e assim passei a eles todo o roteiro que iríamos fazer, e
tinha planejado uma pescaria de três dias, mas eles me avisaram que só poderiam
ficar por dois, então mudamos um pouco o cronograma, eu já avia alugado um
barco maior com motor 40 hp, pois o meu barco é para apenas três pessoas e como
navegaríamos por pontos mais longos, decidimos pegar esta embarcação maior e
mais rápida, para aproveitar o Maximo de tempo possível.
Depois de uma ótima primeira impressão, e de degustarmos uma
boa refeição voltamos para minha casa, para o pessoal descansar da viagem, como
o Ivan é um policial e mais experiente que nós,o denominamos então como o
senhor “OTORIDADE”, ajeitei o quarto de minha filha para que ele se acomodasse,
“um quartinho todo rosinha e meigo” o que não era a cara dele, mas é o que eu
podia oferecer e com certeza o otoridade não se importou com isto, o Maicon e
Marcelo ficaram dormindo na sala, é lógico que eu queria oferecer melhores
acomodações para os amigos, mas quem sabe na próxima eu já tenha um belo quarto
de hospedes para melhor acomodar meus
parceiros de pesca.
Saímos no dia seguinte bem cedo, mas perdemos um pouco de
tempo pelo fato de termos que comprar o combustível do motor e as iscas vivas
para pescaria de dourado e pintado, mas apesar do pequeno atraso tudo acorreu
bem e antes das 7 horas da manha já estávamos navegando rio abaixo em direção
aos pontos de pesca que eu conheço e estava mais ao nosso alcance naquela
ocasião.
Depois de 40 minutos de navegação chegamos a uma
barranqueira de águas fortes conhecida como barranqueira do touro, onde eu
sempre fiz boas pescarias,o tipo de pescaria para aquele local é chamado de
pesca de arremesso, onde o pescador lança a isca viva (tuvirinhas e pequenos
peixes) ou artificial, bem na beirinha do barranco onde ficam os lambaris que
são constantemente atacados pelos dourados e pintados, nos primeiros momentos
das pescaria não tivemos muito sucesso pelo fato dos pescadores ainda estarem
se adaptando aquela modalidade e ainda ajustando os arremessos, mas logo que as
iscas começaram a cair nos locais certos não demorou para fisgarmos os
primeiros pintados, o Maicon sempre trabalhando as artificiais e o Marcelo e o
Ivan nas iscas vivas, pegamos 5 exemplares de pintado, todos de pequenos e
médios portes. O Maicon teve alguns ataques na artificial mas não teve sorte de
segurar nenhum dourado.
Descemos o rio mais meia hora e chegamos na região da
pousada que presto serviços (WWW.recantododourado.com.br)
onde levei a turma para conhecer meu primo irmão Monark , administrador da
mesma, e também para apresenta-los a Catiuce, o simpático cozinheiro do hotel
que se maravilhou com o Maicon. Decidimos que iríamos apreciar um almoço
pantaneiro para depois voltarmos a difícil vida de pescadores.
Depois do almoçamos decidimos direcionar a pescaria para os
pacus, mas como o rio estava muito instável, dias com águas limpas e dias coma
águas mais sujas , os pacus não estavam atacando bem as iscas, mas com um pouco
de insistência, conseguimos capturar uns bons exemplares na pesca de rodada, e decidimos levar um belo
pacu para jantarmos na minha casa logo mais a noite. Descemos o rio um pouco
mais até uma barranqueira conhecida por nome de Simão Nunes, mas não pegamos
nada por ali, ao cair da tarde adentrei em uma Bahia que tem o nome de
toma-vara, onde fizemos a pesca de pacu, atracados nas moitas de aguapés
arremessando iscas de minhoca, ai a pesca melhorou um pouco, o Ivan estava se
divertindo pegando as piranhas, quando o Marcelo fisgou um belo pacu que lhe
proporcionou uma boa briga.
Com o cair da tarde , partimos rio acima em direção a
Cáceres novamente com a intenção de paramos na barranqueira do touro, onde
aviamos pescado de manha, chegamos já bem de tardezinha, e nos primeiros
arremessos conseguimos pegar mais alguns pintados, todos pequenos, mas que
proporcionaram boa diversão, e assim terminamos o dia e a turma pode apreciar o
por do sol pantaneiro navegando nas águas do rio Paraguai.
Chegando na cidade, fomos direto ao mercado para comprar os
mantimentos, iscas e combustível para deixar pronto para o dia seguinte e não
perdermos tempo, e depois voltamos para casa para eu preparar o pacu a
pantaneiro, que eu avia prometido fazer com o peixe que o Marcelo avia
capturado, depois de pronto degustamos o peixe fresco pego do dia, depois de
mais umas boas prosas fomos dormir para o próximo dia que prometia ser bom,
combinamos de não levar nada para comer, apenas levaríamos tempero, bebidas e
carvão, e o almoço dependeria de pegarmos peixes para assar.
Partimos bem cedo no dia seguinte, como tudo já estava
pronto bastou colocarmos as tralhas no barco e partir rio abaixo novamente,
como a turma já estava bem adaptada com o tipo de pescaria, ao chegarmos na
barranqueira do touro o Maicon já no primeiro arremeço com uma isca artificial
de meia água, fisgou um bom peixe, que não pulou, fazendo pensar que não se
tratava de um dourado, e para nossa grande surpresa, ele capturou um belo
pintado, mas por incrível que pareça foi fisgado pelo rabo, este que foi o
primeiro peixe do dia e que seguramos para
para o almoço e todos nós
fisgamos pintados por varias vezes, até que em um arremesso bateu um dourado para o Ivan, que trabalhou
com maestria até conseguirmos embarcar o belo espécime .
Descemos mais o rio até uma pequena parte seca, e ali
assamos o pintado que o Maicon avia pego
mais cedo na artificial, paramos por ali por mais ou menos uma hora e meia, e
enquanto o carvão assava o peixe, mais prosa boa e historia de pescador foi o
que não faltou, até que anunciei que o peixe estava pronto, abrimos mais umas
cervejas e começamos a degustar aquele maravilhoso peixe (pintado na brasa) e
melhor, fresquinho da hora.
Depois deste descanso e bem alimentados partimos para mais
uma etapa de pesca, só que desta vez o sol de Matogrosso pegou pesado com a
turma, fazendo com que eu e Ivan caíssemos nas águas do rio Paraguai para nos
refrescarmos , então fomos fazer uns arremessos de iscas artificiais nas
entradas de água que entram no mato, e não demorou para o Marcelo fisgar um
belo dourado que no segundo salto conseguiu se livrar das garatéias, logo em
seguida bateu mais um, mas este nem
chegou a ser fisgado.
Fomos então rodar os pacus mais uma vês, e bem em lugar de
águas fortes a uns 15 metros da margem quando menos esperamos , o Maicon o Ivan
e o Marcelo , todos fisgaram cada um , um pacu ao mesmo tempo , um verdadeiro
“trible” e foi aquela farra, 3 pacus de uma vez só não é muito comum de se
acontecer, e para não virar historia de pescador foi tudo devidamente filmado e
registrado este episódio.
Antes de o dia acabar parei o barco em uma Bahia chamada de
roda-barbudo, onde a noite se achegou em meios a varias fisgadas de barbados,
eram tantos que as iscas mal afundavam e eles já puxavam e foi ali também que
pegamos os inconfundíveis ARMAUS, um peixe estranho com uma serra em toda a
extensão lateral do corpo, muito feio por sinal, que acredito eu ser pres-tórico
e são uns oportunistas enxeridos ladrões de isca.
Como tudo que é bom dura pouco, a noite caiu e infelizmente
precisamos voltar para casa, para finalizar aquele pescaria, já com um aperto
no coração em saber que os meus mais novos amigos já teriam que ir embora.
Encerramos a pescaria já de noite, com um bom balanço, não
pegamos muitos peixes, e nem aquele grande dourado que o Maicon queria, mas deu
para esta turma ter uma boa ideia do que é o rio Paraguai, para finalizar por
completo a pescaria fomos mais uma vez a praça do cais para beber umas
cervejas, contar mais causos e apreciar mais um pouco a beleza simples da
cidade de Cáceres.
Durante estes dois dias pude conhecer um pouco destes
pescadores do sul do pais ,que com muita alegria e simplicidade, e uma coragem
e disposição enorme para voar mais de 2.000 km e rodar mais 200 para me
conhecer e pescar comigo.
Tive o imenso prazer
de conduzir esta pescaria para estes que agora chamo de amigos do peito e
parceiros, estes pescadores que entendem que em um mundo onde a maioria dos
homens parece passar a vida fazendo coisas que detestam, uma boa pescaria entre
amigos é uma fonte inesgotável de prazer e alegria.
E foi na simplicidade de uma pescaria que encontrei novos amigos
que jamais pretendo esquecer, já adiantando que no mês de julho agora e janeiro
do ano que vem, estaremos juntos de novo para pescar e tomar mais umas pingas
nas margens deste lindo e inconfundível rio que é o Paraguai .
Deixo aqui meu agradecimento, ao Maicon , Marcelo e Ivan , a
verdadeira turma da OTORIDADE.
LUIZ EMERSON DE SOUSA.
Quro agradecer muito ao luizinho, por ter nos recebido em sua casa. fomos todos SUPER bem tratados, e a pescaria foi "tri boa" quanto a Catiuce, o luizinho não precisa se preocupar, pois eu sei que é caso antigo dele. hehehe
ResponderExcluirTeve um caso engraçado, meu irmão quasi foi mordido por uma piranha, más felizmente ele conseguiu se "defender" heheheheh
grande abraço luizinho.
Sertamente, uma exelente experiencia conhecer novos amigos , ditos "Virtuais", pois assim tbm que conheci o Maicom, pelo Orkut, e como o mundo é pequeno seus avos são conhecidos aqui de minha cidade.
ResponderExcluirE tbm ao me vizitar me trouxe um bone da Remington e uma caixa de cartuchos, que esta guardada a espera dele este ano.
Um dia tbm pesco nesse tal Pantanal, abraço Luizin.